quinta-feira, 23 de julho de 2009

Como se comportar em uma entrevista de emprego?

Uma das coisas que me inquietam é o comportamento das pessoas frente a uma dinâmica de seleção ou entrevista de emprego. Bem, para começar, não devemos buscar um emprego e sim, trabalho, trabalho como um meio de auto-realização pessoal e profissional.

Existem várias sugestões fornecidas por editoras, escritores, enfim, por todo lugar tem-se dicas de como se portar em dinâmicas ou entrevistas do gênero. No entanto, é perceptível a atitude das pessoas, ou a falta de aplicação dessas “dicas” quando a prática ocorre realmente.

As empresas estão exigindo cada vez mais um elevado grau de competências do candidato, principalmente, as que estão relacionadas à capacidade de relacionamento, trabalho em equipe, tomada de decisão, liderança, entre outras que são específicas por atividade ou função. Tal exigência torna-se necessária em virtude do comportamento do cliente consumidor nos últimos tempos, o qual passa a demandar mais qualidade no atendimento de serviços e fornecimento de produtos. Frente a isso, é comum que empresas apliquem técnicas avançadas para identificar, nos candidatos, as competências necessárias, exigidas para o cargo.

O que vemos, no entanto, são pessoas despreparadas frente ao nível de exigência dessas organizações, ou seja, o mercado fornecedor de mão-de-obra não responde à demanda impressa pelas empresas.

E são básicos os itens avaliados em relação ao comportamento, que nem sempre se aprende em cursos de especialização, mas, o candidato os tem ou não tem. Vejamos alguns exemplos de itens avaliados nas técnicas de seleção e os tipos de atitudes que os candidatos têm demonstrado:

- Liderança: Quando realizada uma técnica em grupo, as pessoas se eximem e ficam na retaguarda. Quando ainda não elegem, dentro do grupo, um líder (também candidato para a vaga), demonstrando claramente a sua fraqueza em liderar.
- Trabalho em equipe: Nas técnicas que demandam explorar essas competências, os candidatos trabalham individualmente ou se irritam claramente com o comportamento de outras pessoas do grupo. Ora, fica latente que a pessoa não sabe ou não gosta de trabalhar em equipe.
- Falar em público: ao falar, os candidatos olham para o chão ou focam apenas uma única pessoa no ambiente. Não têm postura adequada. Apresentam-se com mão no bolso, por exemplo.
- Coerência: demonstram ter interesse na vaga, mas, seu sonho, por exemplo, é abrir o seu próprio negócio. Pergunta: o que faz buscando uma vaga naquela empresa? Não seria hora de ir me busca do seu próprio negócio?
- Apresentação: sapato sujo, mascando chiclete de boca aberta. Quer algo pior?

Exemplos como esses são complementados por uma série de situações perceptíveis aos olhos de quem avalia. Minha dúvida sempre é: existe algo mais importante ou um momento mais sério na vida de uma pessoa que está buscando uma oportunidade de trabalho e participa de uma dinâmica de seleção? Não seria este o momento de se vestir de forma apresentável (coerente, é claro, com a atividade que está disputando a vaga), apresentar atitudes de liderança? Demonstrar real interesse por aquele trabalho. Neste momento também deve falar o que o (a) levou a buscar essa vaga, entre outras informações e atitudes extremamente relevantes e, na maioria das vezes, decisórias para a contratação. Quem não assume comportamentos mínimos dessa característica numa dinâmica, certamente não as terá quando no dia-a-dia do trabalho. Isso implica num desastre frente ao processo de seleção.

Note que estamos falando de comportamentos que parecem num primeiro momento, simples, e não de conhecimento técnico, como até então era muito solicitado. E a tendência, sem dúvida alguma, é termos um desequilíbrio ainda maior entre as exigências das empresas e a qualificação do mercado de trabalho.

Sem dúvida alguma, precisamos nos preparar melhor para uma dinâmica de seleção. E lembre-se: quando falar com alguém, olhe nos olhos dessa pessoa. Assim, você estará demonstrando vários aspectos do seu gênero, entre eles, confiança e transparência.

Um forte abraço e até a próxima!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Você é cliente ou freguês?



Na cidade de Curitiba/PR um pipoqueiro, ex-bóia fria, há 20 anos estabeleceu seu negócio para tentar uma nova oportunidade. Seu sucesso já o fez apontar na mídia nacional e, sua experiência deu-lhe alguns atributos que, na teoria vemos muito, no entanto, pouco na prática.
Quando o comprador se dirige à Pipoca do Valdir, cujo nome do proprietário rendeu o nome do negócio, ele é classificado como cliente ou como freguês. Cliente é aquele comprador que vem exporadicamente. Já o freguês, é aquele que vem todos os dias.
O pipoqueiro relata que faz esta classificação pois apesar do cliente consumir a sua pipoca é o freguês que dá sustento ao seu negócio afinal, ao longo de 15 anos, lhe proporciona uma receita próxima de R$8.000,00, considerando o valor do pacote de pipoca a R$1,50, sendo vendido todos os dias da semana. Assim, quanto mais fregueses e menos clientes, melhor para o negócio do Sr. Valdir.
Para manter seus fregueses ele implementou várias ações como, por exemplo, o cartão fidelidade que, na compra de cinco pacotes de pipoca, o sexto é de graça.

Uma reflexão:

Este modelo deve fomentar discussões a respeito de como os negócios estão se posicionando frente ao seu comprador atualmente. Várias empresas aderiram à moda do “foco no cliente”, no entanto, muitas dificuldades são encontradas no momento de utilizar seus serviços ou adquir seus produtos.
As dificuldades começam na simples expressão facial dos atendentes. Afinal, deve ser muito ruim ter que atender alguém, não é? Melhor se estivesse desempregado ou na praia, sem ter o que fazer, certo?
Outra dificuldade percebida é a resistência dos proprietários para desenvolver ações que visem facilitar ou agradar ao seu cliente. Na verdade, muito foco mas, pouca ação.

Um desafio:

Se você é proprietário, faça uma reflexão a respeito de como o seu negócio está se posicionando frente aos seus clientes ou fregueses. Reflita sobre o que mais você pode fazer por aqueles que dão preferência aos seus serviços ou produtos. Afinal, são eles que lhe proporcionam a posição de ser um empresário bem sucedido ou não!
Já, se você é consumidor, avalie os serviços que você utiliza, avalie os produtos que você compra. Faça sempre a pergunta: Será que estão me tratando como cliente ou como freguês? E opte, é claro, por aquela empresa que melhor lhe atender e queira ter você como freguês.

(Fonte da foto: www.pipocadovaldir.com.br)