O plano estratégico de uma empresa é gerado pelo seu
processo de planejamento estratégico o qual já foi tema de uma publicação neste
blog. Embora simples este plano possui algumas características que são
importantes ser consideradas e o diferenciam totalmente de enormes planos de
ação que normalmente são tidos nas organizações como “estratégicos” quando, na
realidade, tratam-se de táticos ou operacionais.
Primeiramente temos que esclarecer o termo “estratégico”. A
definição que encontramos no dicionário Aurélio remete à palavra “estratégia”,
que dá sentido a “Arte militar de planejar e executar movimentos e operações
de tropas, navios e/ou aviões, visando a alcançar ou manter posições relativas
e potenciais bélicos favoráveis a futuras ações táticas sobre determinados
objetivos; ...; Arte de explorar condições favoráveis com o fim de alcançar
objetivos específicos; ...” Embora alguns destes termos possam nos remeter
a um entendimento de plano estratégico, quando tratamos deste assunto, inevitavelmente,
temos que exercer o pensamento sistêmico e enxergar a organização de uma
posição bastante abrangente.
Segundo Batemann, Snell, no livro “Administração, Liderança
& Colaboração no Mundo Competitivo”, “O planejamento estratégico envolve
decisões sobre metas e estratégias de longo prazo da organização. Os planos
estratégicos recebem forte orientação externa e cobrem grande parte da
companhia.”
O termo “estratégico”, quando do plano de longo prazo da
empresa, está associado à sua visão de futuro e ao cenário que se desenha
considerando as suas tendências, ou seja, para termos um plano estratégico,
temos que olhar muito para o ambiente externo da empresa e para suas
tendências, olhar “para fora e para frente”, além de levar em consideração, os
principais anseios atuais e futuros das partes interessadas e, de qualquer
forma, as questões próprias da empresa, ou seja, seu cenário interno.
O plano estratégico passa então a ter características como questões
que devem ser trabalhadas as quais visam posicionar a empresa no cenário
futuro, ou seja, metas estratégicas que se transformem nos principais alvos ou
resultados finais relacionados com a sobrevivência, o valor e o crescimento de
longo prazo da organização.
Estas metas estratégicas devem configurar objetivos a serem desdobrados
por toda a sua estrutura interna para que, de fato, a estratégia cause mudanças
nos processos operacionais e, desta forma, promova o alinhamento e o
envolvimento das pessoas de todos os níveis. Daí começamos a desenvolver os
planos táticos e operacionais, alinhados às metas estratégicas da empresa.
O problema dos processos de planejamento estratégico das
empresas é que permite, normalmente, a inserção de questões táticas e
operacionais nos planos estratégicos. Ou seja, inclui questões que são muito
mais anseios e necessidades internas de operacionalização do que, de fato,
questões voltadas para o ambiente externo do negócio. E o que ouvimos dos
gerentes de alto nível é: “se eu não colocar esta intenção no plano
estratégico, as iniciativas não são implementadas.” O fato é que, inserindo
questões internas, de nível tático e operacional, a empresa volta seu foco para
o cenário interno, perdendo, muitas vezes, o foco das questões externas. Ainda,
iniciativas operacionais ocupam e disputam recursos de toda ordem quando da sua
implementação, quando, na verdade, deveriam ser discutidas e decididas entre os
gerentes nas suas reuniões diárias de melhoria dos processos, estruturas, etc.
A clareza do plano estratégico, mesmo que conceitualmente, é
fundamental para que a ferramenta e as metodologias relacionadas possam agregar
valor à empresa e fazer sentido aos administradores.