segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Agosto, um divisor de águas na economia brasileira!

Ao iniciar agosto é impreterível que façamos uma análise sobre as tendências e projetemos cenários acerca de como, neste mês, a economia vai se comportar.
Para iniciar, olhemos para o PIB – produção bruta, em dólares. Percebe-se que há uma queda, porém, convenhamos, não estamos no pior ano de nossa história.

A sensação é igual ao de uma pessoa que nunca correu – ela está acostumada a caminhar num determinado ritmo – isto seria a nossa economia em 2006.
Porém, a pessoa começa a praticar corridas como exercício físico e se acostuma com esse ritmo – compara-se com a nossa economia nos anos de 2011/2012. Porém, esta mesma pessoa, começa a reduzir o seu ritmo de corridas e volta a caminhar – a sua sensação será de parada, de redução de velocidade, mesmo que esteja caminhando mais do que antes de iniciar as suas corridas.

O Brasil hoje está em 10º lugar entre todos os países quanto ao Produção Interno Bruto – é claro que este mesmo ranking não se nivela nos demais índices como o índice de crescimento que, em 2016, no primeiro semestre, está em -5,40%. Na nossa comparação da corrida, uma desaceleração brusca, tendendo ao ritmo da caminhada.

A taxa de crescimento do PIB – ou de decrescimento – no segundo trimestre foi de -0,3%. O gráfico mostra que este decrescimento está diminuindo, buscando o nível do zero, ou seja, economia estabilizada em 2017, conforme alguns analistas já divulgaram anteriormente.

Porém, as projeções iniciais é de que a taxa de crescimento do PIB em 2016 fique nos -3,8% (idêntico a 2015). Para isso se concretizar, tendo a média do primeiro trimestre de 2016 apresentado -5,40%, os próximos meses terão de ser muito favoráveis. Senão, as projeções iniciais estarão falhas e fecharemos um ano pior que 2015. Conforme as projeções, um saldo negativo de -4,1%, infelizmente, a realidade.


Porém, agosto ainda se apresenta como um mês tenso e instável no cenário político, pois temos pela frente a votação do Impeachment – será um verdadeiro divisor de águas, uma bifurcação com diferentes direções.

CENÁRIO A – Impeachment favorável, ou seja, Dilma não volta. Há expectativas de um pacote de medidas que o Governo de Transição largará para a votação - Até agora está tudo muito tímido, você não acha estranho? Neste cenário, aumenta a confiança do empresário e novos investimentos poderão aparecer e aquecer a economia. Em período de final de ano, talvez as animosidades sejam fortalecidas. Neste cenário, uma possível retomada da economia em 2017 e 2018.


CENÁRIO B – Impeachment desfavorável, ou seja, Dilma fica. Os rumores na Câmara dos Deputados e Senado Federal serão os mais tumultuados já vistos – talvez não tanto quanto o primeiro semestre de 2016. Haverá novas propostas, possivelmente contraditórias às medidas do Governo de Transição, o que fará um novo recomeço para um período de últimos meses do ano. Há quem diga que, como o ano inteiro já foi um período perdido, ficar sem o último trimestre não fará falta. Neste cenário, incertezas até a eleição de 2018.

Esperamos que o melhor cenário possa se concretizar para o Brasil.

Os dados analisados para este artigo foram fornecidos pela Trading Economics.

Eduardo Antônio Böckel
Diretor da Evoluir Gestão Empresarial
www.evoluirgestaoempresarial.com.br