terça-feira, 17 de junho de 2014

PADRÃO FIFA

Se queremos hospitais, empresas, enfim, tudo no padrão FIFA, temos que começar por nós mesmos. O brasileiro sempre espera que as coisas aconteçam por si, e isto é cultural.

Se começarmos a exigir e implantar um padrão FIFA em nossas empresas precisamos começar a mudar. Isto mesmo, você leu certo: MUDAR!
Acontece que, sempre que houver a necessidade de mudar algo, principalmente uma rotina de trabalho, as pessoas explanam: "mas, sempre foi assim..." ou "trabalho há xx anos nesta empresa e sempre fizemos assim. Porquê temos que mudar agora?"

Vamos ver um exemplo: se, num hospital ocorrem erros banais como, por exemplo, administrar uma medicação vencida, há que se reportar ao controle de estoque desta instituição e questionar rotinas que garantam que nenhuma medicação, independente de 'falha humana' possa ser aplicada. Ou seja, o processo de controle de estoque precisa garantir que não haja este tipo de situações. No entanto, se desejarmos aplicar qualquer controle que possa gerar esta garantia, este necessita ser executado por pessoas. Daí é que vem as resistências citadas anteriormente. Conclusão: o controle de estoque permanece sem fornecer a garantia de que não haverão medicações vencidas em uso, pois AS PESSOAS NÃO QUEREM UM PADRÃO FIFA.

Ter um padrão FIFA em nossas empresas inicia por uma intensa mudança cultural. Desde o de se preocupar e não jogar o lixo no lugar errado, até mesmo a pontualidade no início e término da reunião. Ocorre que, em muitas situações estas coisas nos parecem ser banais, no entanto, fazem toda a diferença. Se não separamos um lixo adequadamente, não vamos prestar atenção aos detalhes de outros trabalhos também. Entregamos estruturas reformadas com problemas, carros novos falhando, casas novas com infiltração de água e assim por diante. Ter um padrão FIFA continua, além da nossa empresa, no simples ato da sociedade quando não se habitua em separar os tipos de lixo no cesto para que o serviço de coleta possa recolher obedecendo às características de cada um... enfim, ter um padrão FIFA perpassa um Congresso que não deixa de trabalhar por três semanas ou mais, devido às festividades juninas e Copa do Mundo.

Em reportagem concedida em 16/5/2014, o Presidente da FIFA, Joseph Blatter, recomenda que o brasileiro tem que ter vontade de trabalhar.

Será que isto levaria a termos as obras prontas a tempo?

Será que, quando encontramos uma obra pública mal feita, é só culpa do Governo? Ou é culpa do brasileiro que, por sacanagem, superfaturou o serviço e entregou pela metade? E isto não é cultura de um povo??

Mas, reitero o que levou-em a iniciar este artigo: ter um padrão FIFA começa pela mudança de atitudes de cada um de nós. Não nos justifiquemos que as coisas no Brasil acontecem por causa do Governo. Não nos justifiquemos que a nossa empresa têm péssimos serviços por causa do Brasil. Se ela tem péssimos serviços, é porque nós, que nela trabalhamos diariamente, não conseguimos fazer com que tenha melhores padrões de qualidade.

Quero reforçar que, ter um padrão FIFA começa pelas atitudes de cada um de nós brasileiros, que se traduz em um padrão cultural, assim como o do Japão, no qual os torcedores da Copa 2014 levaram seus recipientes apropriados para coletar o lixo de estádio, das arquibancadas que ocuparam, pois, na sua concepção, precisam deixar o ambiente pronto para os próximos, assim como eles o receberam.