quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O PROBLEMA É A GERAÇÃO Y?


ESTAMOS NUM MOMENTO AQUECIDO NO MERCADO DE TRABALHO quando falamos sobre as características da geração entrante, na falta de mão de obra qualificada e nos altos índices de rotatividade que está presente nas organizações.

Uma questão é fato: os problemas sempre existiram e sempre existirão. Outro fato é que “gestão” nada mais é do que resolver problemas, com o uso de métodos, por meio das pessoas. E, o choque de gerações sempre esteve presente em todas as décadas.

O contraste das gerações entrantes no mercado de trabalho com as gerações passadas que ocupam grande parte dos cargos de liderança das empresas está muito mais aparente, pois, além de pensamentos diferentes entre estas, também há um conflito de “mudança de século”, no qual a geração passada pensa a maneira de administrar de uma forma linear e as atuais, de uma forma muito dinâmica e com uma velocidade que surpreende; a mesma que trafegam os dados nas redes infinitas.



Porém, o meu foco na redação deste comentário não é falar sobre características das partes externas à organização, neste caso, das gerações emergentes, mas sim, sobre práticas de gestão que as empresas devem adotar para promover a adaptação o tão logo, para minimizar os efeitos destas diferenças.

Pesquisa de mercado: até então, quando falávamos em pesquisa para conhecer o mercado potencial, se dava ênfase à perspectiva de marketing comercial. Hoje, precisamos mudar nosso discurso: precisamos fazer pesquisas de mercado no intuito de conhecer nossas potencialidades de mão de obra. Com base nas informações coletadas, desenvolver ações para atrair e preparar pessoas para atuarem nos nossos processos. Infelizmente as necessidades de contratação são tão urgentes que não temos tempo nem de fazer uma boa seleção nos currículos que existem em nosso banco de dados.

Identificação das necessidades: na seleção, a entrevista com o candidato deve levar em conta a identificação das suas necessidades para que a empresa possa avaliar a sua capacidade e condições de atendê-las. Um funcionário com suas necessidades mal identificadas e não atendidas provoca o mesmo efeito que um cliente: o de abandonar a empresa, quebrando a relação entre as partes. Isto implica o aumento de rotatividade, além de outros impactos.

Desafios: as novas gerações querem desafios, além de querer saber os porquês de cada processo ou atividade que se desenvolva. Foi-se o tempo em que gestor era a pessoa que mandava, aplicava diretrizes. Hoje, o gestor precisa estar ao lado do funcionário, orientando a aplicação dos valores e princípios da empresa, de tal modo a manter a cultura organizacional. Mas, o funcionário não quer mais “carregar o piano” tão somente – ele quer participar da escrita da música e da sua melodia, além de ensaiar e tocar o instrumento durante a apresentação: dar o show. Falo em formação de equipe “cabeça de obra” e não “mão de obra”. Estamos preparados para isto, se os gestores, em sua maioria, são da geração século passado e entendem a empresa como “de cima para baixo” (top down)?

Tempo: se há muito esperávamos mais de ano para ter acesso a uma linha telefônica em nossas residências, hoje, em questão de minutos temos um telefone móvel, com acesso à internet e várias outras funcionalidades que nos deixam conectadas com o mundo. A mesma relação se faz quando se trata das questões de tempo com as novas gerações no ambiente de trabalho – não se quer esperar um ano para ter um feedback – este tem que ser imediato e com frequências altas, nada mais do que um mês, nem que seja uma conversa na sala de café. Portanto, agir de forma rápida, com foco e crítica é o papel do líder da equipe. Um exemplo de questionamento que este pessoal faz: “como que já se passou um ano desde a última aplicação da pesquisa e já estão aplicando novamente se ainda não foi feito nada para melhorar a condição da entrega de serviços?”

Entrevista de desligamento: cada vez mais as empresas estão implantando as entrevistas de desligamento para tentar identificar os motivos pelos quais as pessoas estão saindo do trabalho – trocando de empresa. No entanto, ainda não sabem perguntar adequadamente. O questionamento sempre se dá no sentido do por que o colaborador está saindo da empresa. A resposta logo reporta a uma condição externa, por exemplo, “estou com outra oportunidade”. Desta forma, as respostas que temos destas entrevistas não nos dão suportam a gestão de retenção, pois não nos gera nenhuma ação a não ser concordar com a saída da pessoa e que “as coisas realmente estão mudando”. Temos que aprender a perguntar! A pergunta é: quais os motivos que não lhe fazem permanecer em nossa empresa? Desta forma, as respostas do funcionário que está saindo remetem a questões do ambiente interno da empresa, no qual tem como atuar, na forma de gestão de pessoas e do clima. E daí sim, com base nestas informações e outras que são oriundas de outras fontes de pesquisa e coleta de dados, os gestores devem tomar as ações apropriadas para que possam minimizar os efeitos deste grande contraste entre necessidades das pessoas e políticas de gestão de pessoas colocadas à disposição.

Recomendo complementar sua leitura com os artigos: “Gestão baseada no ciclo PDCA” e “A sua empresa é do tipo corpo aberto ou corpo fechado?”, ambos deste blog.

sábado, 12 de novembro de 2011

Qual a ferramenta de gestão mais relevante?


NOSSA ÚLTIMA ENQUETE apontou que, com 72% dos votos, o planejamento estratégico é a ferramenta de gestão considerada ser mais relevante para o sucesso da empresa, segundo os visitantes do blog. Em segundo lugar, vem gestão de pessoas com 27% e gestão de processos com 18%. A enquete ficou aberta durante 90 dias e participaram 11 visitantes.

Agradeço a participação e já convido a participarem da nossa nova enquete: as estratégias da empresa devem ser definidas de modo coletivo, por toda a liderança, envolvendo níveis médios ou somente a alta administração?