sábado, 14 de janeiro de 2012

A NOSSA EMPRESA FAZ RESPONSABILIDADE SOCIAL


Responsabilidade social como gestão integrada

Por muitas vezes tenho acompanhado práticas de gestão relativas à responsabilidade socioambiental e de desenvolvimento social. Por mais que os temas estão muito em alta devido à sustentabilidade, é na essência que as empresas acabam tendo falhas.

Fazer responsabilidade social, no meu ponto de vista, requer, entre outros posicionamentos:

- Inclinação da liderança: Não há gestão, seja ela qual modelo for, se a liderança, em especial a alta direção não estiver comprometida e envolvida no planejamento e aplicação das práticas da empresa.

- Pensamento sistêmico: Foi-se o tempo em que as empresas tinham visão de uma cadeia produtiva formada por fornecedores, processos internos e clientes. Hoje, o modelo que se põe, desafia as organizações a identificarem em seu negócio, todas as partes interessadas, incluindo as comunidades e sociedade por elas afetadas ou que influenciam no sucesso organizacional.

- Modelagem estratégica: As estratégias, levando-se em consideração as partes interessadas, devem ser caminhos que levam a empresa para um futuro, de forma sólida e consistente, sem afetar as partes que a compõem. Assim, as necessidades e expectativas da sociedade devem ser conhecidas e consideradas na elaboração das estratégias de longo prazo.

- Atuação por projetos: A aplicação de projetos voltados ao desenvolvimento das comunidades tem total relevância uma vez que as organizações têm esta responsabilidade. Ainda, quando falamos em projetos temos que levar em consideração um processo que contempla etapas de planejamento, execução e avaliação. Para esta última etapa, projetos devem ter resultados associados, ou seja, o sucesso de um projeto se dará pelo alcance das metas quantitativas propostas quando do seu planejamento.

Com estas considerações, entende-se a atuação social da empresa como complexa e abrangente, não se caracterizando por iniciativas isoladas, as quais muitas vezes, na realidade, são implementadas pela boa intenção de alguns colaboradores do nível operacional.

A lógica para projetos de desenvolvimento da sociedade

Uma das questões que se deve levar em consideração e que é de extrema relevância para o sucesso da gestão social é o alinhamento dos projetos.

Muitas empresas reclamam que fazem várias ações durante o ano só que não enxergam resultados. Para evitar estes efeitos recomendo que os projetos sejam cautelosamente planejados, de início ao fim, com alocação clara dos recursos necessários e dos resultados esperados. Não falamos em quantidade e sim, em qualidade. Ou seja, de nada adiantam vinte projetos sem conclusão ou sem resultados. Melhor sim, um projeto com conclusão e resultado planejado e alcançado.



Suponha que a sua empresa, de forma lógica, alinhada com o seu modelo de negócio, tenha escolhido uma comunidade escolar a ser desenvolvida, por determinadas necessidades, tais como, os altos índices de repetência e evasão escolar.

O planejamento do projeto deve contemplar várias ações/iniciativas que, implementadas de forma complementar, possam minimizar os resultados atuais daquela comunidade. Na fase de planejamento devem ser consideradas as partes interessadas no suposto problema. No exemplo, os pais, os alunos, os professores, órgãos públicos pertinentes, parceiros, entre outros. Esta fase precisa gerar comprometimento. Note que não falo em desenvolver, por exemplo, ações, tais como doação de livros. O conjunto de ações pode complementar-se por aulas de reforço, auxílio pedagógico, reformas de salas de aula, reestruturação de biblioteca, manutenção do pátio, etc. Enfim, todas as ações devem fazer com que os resultados pretendidos sejam alcançados.


A execução do projeto por sua vez, requer disciplina e comprometimento. A capacidade da empresa de envolver as partes interessadas e os parceiros para que o cronograma do projeto não venha a ser afetado é fundamental nesta etapa. Os recursos não podem depender de um único agente. Os parceiros precisam contribuir, cada qual com as suas capacidades, para que o projeto seja viável.

O acompanhamento da execução do projeto deve ser realizado pela empresa que tomou a iniciativa – projeto sem líder e sem acompanhamento para pela metade, é obra estacionada.

A avaliação do projeto, independente do tempo que levou a ser concluído, deve ser realizada com base em medições precisas de resultados quantitativos na sociedade, cuja evolução demonstre o sucesso do projeto. Isto quer dizer que, na fase de avaliação devemos levar em conta os mesmos resultados que, na etapa do planejamento, levaram às ações do projeto.

Como alocar medições em projetos de desenvolvimento da sociedade

Para todo e qualquer projeto desenvolvido deve ser possível a medição de seus resultados. Tudo é quantificável – vai depender, obviamente, da capacidade dos gestores transformarem algo que seja inicialmente qualitativo para uma medição quantitativa.

Resultados relevantes para projetos são aqueles que demonstram a evolução da sociedade. No exemplo deste artigo sugiro um projeto para o desenvolvimento de uma comunidade escolar. Neste caso, um resultado relevante seja qualquer um que represente o comportamento daquela comunidade, o qual venha a ser alterado pela influência de um projeto social.

Não cabe, desta forma, como resultados relevantes, medições clássicas do tipo quantidade de horas envolvidas no projeto, ou, total de investimento realizado. Estes não passam de itens de controle do projeto.

Quando o seu filho está com febre, em quem você coloca o termômetro? Da mesma forma, se a comunidade apresenta alguma necessidade, é nela que você tem que colocar o indicador para medir a melhora.