domingo, 5 de setembro de 2010

Você faz a gestão com o uso de receita?



Nos últimos tempos tenho me deparado com situações muito frequentes sobre a falta de método no gerenciamento das empresas.

Ora, o foco dos administradores tem sido tão somente nas ações. Mas, temos que ressaltar que o método antecede às ações e o mesmo leva às ações, as quais podem ser de bons ou ruins resultados, dependendo do método utilizado.

Para melhor entender, façamos uma ilustração: Quando um confeiteiro faz um bolo ela se baseia em uma receita, a qual traz os ingredientes a serem utilizados e o passo a passo para a mistura dos ingredientes, repouso ou não da massa e cozimento para que o bolo, no final, tenha uma qualidade implacável e seja 'aplaudido' pelos consumidores - a parte interessada.

Se, mesmo assim, o bolo apresentar problemas, o confeiteiro não poderá restringir-se tão somente em corrigir o bolo, ele deve revisar a receita, ou seja, revisar o método utilizado para a confecção daquele alimento, pois a receita (método) levou ao bolo (resultado).

No entanto, se o confeiteiro não se utilizar da receita (método) para a confecção do bolo, há grandes chances do mesmo não ter a qualidade pretendida. Poderá sair embatumado, com muito açúcar, pouco macio, entre outros aspectos que indicariam a falta tremenda de qualidade do produto.

Quando o gestor de uma empresa pensa imediatamente em ações – gestor tarefeiro – ele está se comparando ao confeiteiro que não utiliza a receita para fazer o bolo; sai logo fazendo, com grandes chances das ações não produzirem os resultados desejados - bolo sem qualidade.

Da mesma forma, quando o gestor realizar ações a partir do uso de um método explícito, normalmente um método referenciado por boas práticas de gestão, e estas não produzirem o efeito desejado, deve ser revisto o método, ao invés de realizar novas ações na tentativa de acertar o alvo pretendido. Revendo o método, o gestor poderá direcioná-lo ao objetivo esperado. Sim, pois método é a forma pela qual o caminho deve ser perseguido.

Parte-se do pressuposto então que, se a gestão de uma empresa estiver embasada em métodos, as ações terão grandes chances de assertividade – foco no resultado, bolo com qualidade. Ainda, havendo método estabelecido de forma explícita, os resultados não dependerão da intuição e perfil de um exclusivo gestor, mas sim, do próprio método, da receita, o qual poderá ser desenvolvido por qualquer pessoa que vier a ocupar o cargo de gestor. Este aspecto gera constância de propósitos e continuidade do uso dos métodos para a gestão, ficando reduzido a zero as chances de descontinuidade das ações e resultados quando da substituição de gestores.

Finalizando, o modelo utilizado e disseminado pela FNQ – Fundação Nacional da Qualidade, embasado em Fundamentos e Critérios da Excelência, propõe o uso de métodos na gestão. Por meio deste modelo não se avaliam as ações por si só, mas sim, os métodos de gestão e seus efeitos – resultados. Ou seja, avalia-se a receita e a qualidade do bolo, os quais devem estar numa combinação coerente. Ainda, pelo mesmo modelo, a receita (método) precisa ser reavaliada continuamente para que possa alcançar novos níveis de desempenho – melhores bolos, sendo desta forma, implementado o aprendizado organizacional.

Se você conhece gestores confeiteiros que não se utilizam de receitas para a sua gestão, deixe seu comentário.
Até a próxima!

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